MATRIDANÇA

A MATRIDANÇA reune e centra diferentes práticas somáticas, linguagens do movimento e tradições ritualistas, para o corpo e design feminino no presente. Relembra a nossa experiência particular, os nossos ciclos e a integridade dos nossos corpos tão orgânicos como sagrados.

Corpo e movimento para mulheres

A MATRIDANÇA foi criada por Vera Eva Ham 2011 e desenvolvida e maturada desde aí. Surgiu da necessidade de reunir e centrar diferentes práticas somáticas, linguagens do movimento e tradições ritualistas, para o corpo e design feminino no presente. Como mulher, sentiu urgência numa arte que relembrasse a experiência particular, os ciclos e a integridade dos nossos corpos tão orgânicos como sagrados.

A MATRIDANÇA é uma ÁRVORE e parte do desenvolver de 4 ramos essenciais:

  1. A herança quase inesgotável das danças e rituais tradicionais do feminino – com foco geográfico no Médio Oriente e Norte de África e na Península Ibérica e Mediterrâneo, ou Velha Europa. Aqui relembramos as práticas ancestrais do corpo, que buscam sabedoria, êxtase e transformação, através de rodas, giros, vibrações, sons e tremores, muitas vezes com a vitalidade pélvica como base.
  2. O trabalho de corpo profundo e sólido, com rigor científico e mergulho intuitivo em equilíbrio, explora práticas de anatomia experiencial, de matriyoga e os padrões de movimento que formam o desenvolvimento tanto do ser humano, como o do desenrolar das espécies vivas. Vamos desfiando o corpo até à sua inocência e redescobrimos o nosso movimento primordial e potencialmente selvagem.
  3. A Incorporação, que se pratica utilizando um misto de técnicas que vão da dança butoh, à imaginação ativa e a outras práticas alquímicas que fui desenvolvendo com a experiência não só de facilitação de aulas, mas de pesquisas para solos e criações da companhia ao longo de 18 anos. A Incorporação é um estado de presença catalisado por temas, elementos orgânicos e psíquicos, ou ainda pelos Totens centrais na Matridança – como a Serpente, a Felina, o Pássaro – e no qual recebemos diretamente informação, imagens e sensações.
  4. A Alquimia Feminina compõe e integra o movimento com autoconhecimento e faz a sinergia entre o nosso corpo individual e o corpo maior (terra, cosmos) a que pertencemos. Em si mesmo, este ramo pode incluir: consciência cíclica na mulher, sexualidade feminina, linhagens e heranças, a Primordial, corpo e natureza, ciclos maiores da vida (como menarca, menopausa, gravidez) entre outros. Estes temas são desenvolvidos através da prática ritualista individual e em círculo e do estudo da história e filosofia.

Passo a passo até à perceção consciente e total deste corpo matriz que habitamos, a Matridança vai nascendo como um método com vida própria, pois mais do que a junção de técnicas, a prática do todo revela-se como uma investigação fascinante e em espiral, e traz por isso, nas palavras de muitas praticantes, uma liberdade expressiva e incorporada muito própria.

Com estes ramos sólidos e coesos vamos à descoberta do movimento livre e próprio de cada uma:

~ Reeducando e reapropriando a nossa sexualidade e erotismo – não pelo/para o outro, o voyeur, o amante, o público, mas para a compreensão, real e transcendente, das nossas origens humanas mais profundas.

~ Redescobrindo a intimidade e a jornada interior em círculo de mulheres.

~ Tocando a fonte da nossa linhagem feminina até à Primordial, finalmente trazendo toda a inspiração e poder que guarda em potencial.

~ Experienciando fazer parte de uma Mãe maior, tal como de uma Natureza cíclica e integradora, que está para além da dualidade humana – bem ou mal, selvagem ou civilizada, bela ou feia, criadora ou destruidora, profana ou sagrada.

~ Reconhecendo inteiras o movimento como primeira forma de perceção, primeiro sentido – viagem iniciada na barriga das nossas mães – e questionando se através dele que podemos relembrar de forma celular a vida e os seus elementos primordiais – mineral, vegetal, animal, humano, cósmico.

Pela integridade e renascimento desta Matriz, mas essencialmente pela vontade de ver novamente e intensamente mulheres a dançarem entre si e para si, a MATRIDANÇA nasceu!

Desejo cumprir o sonho, a visão, de um Feminino Desconhecido que regenerará de forma surpreendente a comunidade vindoura – uma comunidade que é absolutamente imprescindível que venha através de nós, mulheres renascidas e inteiras!

Conteúdos:

  • Sexualidade e Anatomia Feminina – anatomia íntima, ciclos do sangue na mulher, sistemas do corpo, corpo erótico;
  • Danças tradicionais e rituais do Mediterrâneo (Velha Europa), norte de África e Médio Oriente; Arqueologia do Movimento;
  • Técnicas fundamentais de dança butoh; movimento selvagem e primordial; Incorporação;
  • Práticas somáticas e energéticas tradicionais e contemporâneas com ênfase no Xamanismo, Sexological Bodywork e Anatomia Experiencial.
  • Ferramentas de criação individual e coletiva: Composição em Tempo Real (método João Fiadeiro), Butoh e várias abordagens teatrais e dramatúrgicas desenvolvidas pela fundadora ao longos destes 7 anos.
  • Exercícios fundamentais Matridança como: as 5 matrizes, o Rio dos Gestos, a Serpente e a Felina, A Primordial, entre outros.

 Objetivos:

  1. Criar um solo fértil para a exploração da dança de, e para mulheres, e facilitar ferramentas para estas acederem ao conhecimento do seu corpo e do seu movimento arcaico e ancestral.
  2. Reeducar na área da sexualidade e do erotismo, sustentando e incentivando o processo de descondicionamento sexual feminino e a reaprendizagem da anatomia feminina completa e de natureza cíclica.
  3. Inspirar uma comunidade centrada na matriz feminina; uma comunidade que abraça as diferenças e a polaridade sexual, fortalecendo os laços entre mulheres, o autoconhecimento no coletivo e em círculo, e o estabelecimento das prioridades femininas – partindo das suas experiências particulares da arte, do prazer, da maternidade, dos ciclos da vida, etc.
  4. Nutrir a integração ecológica, desenvolvendo a observação da natureza e do mundo natural através do corpo e do movimento; questionar os hábitos adquiridos na nossa relação com a Terra e repensar como equilibrar esta relação – criando uma sinergia de arte e ação, e motivando o nosso impacto e poder na comunidade.
  5. Ancorar a visão do Feminino Desconhecido, com a visão e o corpo de cada mulher; abrir espaço para o novo, para a regeneração e transformação, e contribuir para a materialização de um feminino onde as marcas da sua história e do seu condicionamento sexual, intelectual, emocional e espiritual se dissolvem.

Facilitadora

Conheça a facilitadora de Matridança no Estúdio Mariposa


Vera Eva Ham

Vera Eva Ham é mãe, alquimista e fundadora da Matridança, um método de corpo e movimento para mulheres que nasceu da sua experiência com a dança, a criação e a performance onde a ritualidade do corpo busca um Feminino Desconhecido – um feminino onde os condicionamentos históricos e sociais são apagados revelando a mulher primordial.

Com a Companhia Matridança expande esta busca para o coletivo, levando várias criações para palco. É membro ativo do Conselho Internacional de Dança da UNESCO com o qual colabora nas conferências internacionais no sentido de aprofundar a sua pesquisa de Arqueologia do Movimento, em especial na matriz ibérica e mediterrânica. Reside no Cabo Espichel, lugar bravio e sagrado da Grande Mãe do qual recebe muita força e inspiração para criar e viver.

www.veraevaham.pt